Vivemos em uma sociedade marcada pela ansiedade e pelo cansaço, onde a busca incessante pelo prazer e a tentativa de evitar frustrações tornaram-se quase obrigatórias. Se compararmos a vida a um filme, estamos tão apressados que muitas vezes nos contentamos apenas com os trailers ou nos fixamos nos momentos de maior destaque.
O tempo de construção e os processos necessários são cada vez mais evitados, o que nos faz permanecer em bolhas sociais, tornando-nos menos tolerantes e impacientes com o ritmo e as particularidades das situações e das pessoas. Essa busca constante pelo resultado final, pelo produto acabado, sem valorizar a jornada de construção, aumenta nossa ansiedade e reduz nossa tolerância. A música dos Titãs expressa bem essa realidade: “Só quero saber o que pode dar certo, não tenho tempo a perder.” Contudo, para alcançar o que é certo ou desejado, muitas vezes são necessários ensaios e tentativas.
Esse processo constroi repertório para enfrentar os desafios da vida real, onde o erro ou o fracasso devem ser encarados como etapas naturais que podem levar ao sucesso e às conquistas. Esse estado de alerta contínuo, em busca de aceitação e reconhecimento, tem contribuído para o crescente desgaste emocional e a sensação de exaustão.